sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SANTA CASA DE TATUÍ SOB INTERVENÇÃO

Prefeito afasta diretoria
Nesta sexta-feira (31), às 18 horas, o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo assinou decreto de intervenção na Santa Casa de Misericórdia de Tatuí e nomeou o farmacêutico Antonio Marcos Abreu para dirigir o hospital pelo prazo de 12 meses. O processo de intervenção terminou há poucos instantes e houve resistência por parte da provedoria. Esta acabou cedendo sob a condição de manter representantes da atual diretoria para cuidar da parte patrimonial do hospital. A principal razão de a municipalidade tomar esta medida extrema foi o fechamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo provedor Umberto Fanganiello Filho. Na quarta-feira a Secretaria Municipal de Saúde recebeu ofício informando que a UTI estava fechada e não receberia novos pacientes. Na quinta-feira este assunto ocupou todas as pautas da municipalidade e hoje, após consulta ao departamento jurídico, houve a decisão de intervir no único hospital da cidade. O advogado Luís Carlos dos Santos, que representou o Poder Executivo neste processo de transição de direção, informa que o fechamento da UTI foi a mais forte razão para esta tomada de posicionamento do prefeito Gonzaga, porém, não foi a única. Ele esclarece que o decreto de intervenção define as causas e, entre elas, descumprimento de claúsulas do contrato entre a Santa Casa e órgãos oficiais pesaram bastante na decisão municipal. O advogado Luís Carlos Santos garante que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) será reaberta esta noite. Na manhã desta sexta-feira, o provedor Umberto Fanganiello Filho, em entrevista à imprensa, disse que estava fechando a UTI por um prazo de 90 dias para quitar dívidas com o INSS. A causa alegada não deve ter convencido o Poder Público municipal e este nomeou o interventor.

O início do processo de intervenção
Na quinta-feira (30), o provedor Umberto “Tuta” Fanganiello Filho enviou comunicado à Secretaria Municipal de Saúde informando que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Tatuí está fechada temporariamente. Este ofício, além de surpreender os responsáveis pela saúde pública, causou preocupação pela forma intempestiva tomada pelo provedor. Na manhã desta quinta-feira, no pronto socorro municipal, setor que utiliza constantemente a unidade de terapia intensiva, a informação era de que nenhum paciente estava autorizado a ser internado na UTI. Uma pessoa ligada à Secretaria da Saúde, consultada por este jornal, informa ainda que, de acordo com o ofício, todos os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por convênios médicos também não seriam internados na UTI, como deixou claro o provedor. Extraoficialmente, esta fonte informa que o fechamento da UTI deve ter sido por problemas financeiros, como sempre acontece com o hospital tatuiano. Mas, alerta: “a Secretaria Municipal da Saúde pode entender que Provedoria da Santa Casa não deve agir desta forma, por tratar-se de medida considerada drástica e extrema. Este ato da provedoria pode caracterizar descumprimento de contrato e acarretar sérios problemas jurídicos para o hospital, alerta. A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Tatuí foi construída com verba do Governo do Estado. Ela possui dez leitos e informações do setor de saúde revelam que apenas 7 estavam em funcionamento, antes de ser fechada. A “experiência” de fechar a UTI já aconteceu no mandato da provedoria anterior e a medida, além de causar problemas para a área médica, trouxe sérios transtornos à população, principalmente para pacientes atendidos pelo SUS. Com a unidade tatuiana fechada, os pacientes de Tatuí e cidades vizinhas têm que ser transferidos para UTIs da região e correm sérios riscos de morte nas estradas. O Jornal Integração, antes do fechamento da edição, tentou ouvir o provedor da Santa Casa e foi informado que ele estava em reunião e deveria dar um retorno mais tarde. (Notícia veículada no Integração nesta sexta-feira).

Um comentário:

Anatutty disse...

É mentira. O Provedor não entregou a provedoria, foi coagido por guardas municipais armados que ingressaram na administração ameaçando prender qualquer pessoa da administração ou de sua confiança que quisesse permanecer no prédio.
Também, é mentira que foi nomeado pessoa para zelar e responsabilizar-se pelo patrimonio por parte dos diretores da Santa Casa, uma vez que não foi permitido que a diretoria tomanesse providencia a não ser sair.
E por fim cumpre observar que o corpo clinico, reunisse e em ata declararam, que "desde que o atual provedor assumio a Santa Casa de Misericórdia de Tatuí, em outubro de 2005, seus honorários médicos vem sendo pagos, bem como a instituição manteve seu funcionamento, não havendo motivos reais para que o atual prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo tomasse a atitude que tomou."